Daniel Pecego Vieira Caetano

Nasci no Rio de Janeiro. Já nos anos finais do ensino fundamental passei a me interessar cada vez mais por duas áreas: história e cinema. A cinefilia se consolidou logo no início da adolescência e cheguei a fazer um cineclube no meu colégio – que, por se realizar no subsolo, chamava-se Porão. Formei-me em Cinema na UFF, cheguei a cursar Filosofia na UFRJ por dois anos e meio, fiz meu mestrado e doutorado na pós graduação em Letras da PUC-RJ.

No curso da UFF participei de algumas produções e, no final do curso, minha turma decidiu produzir um filme coletivo. Inicialmente eu seria roteirista e um dos diretores, mas acabei assumindo um papel também na produção do filme, que foi intitulado Conceição – autor bom é autor morto. Após muitos anos entre escrita de roteiro, produção de filmagens e (sobretudo) finalização, este longa-metragem foi lançado em festivais no início de 2007 e no circuito comercial de salas em julho do mesmo ano. Desde então realizei mais alguns filmes de curta metragem (O Velho e o Novo, Coisas Nossas, Mater Dolorosa, entre outros) e longa metragem (Rio em Chamas, de 2014, e Verão em Rildas, de 2018). Em 2009 adaptei o texto de uma peça clássica de August Strindberg intitulada A Mais Forte –  cuja montagem dirigi. Filmei algumas das apresentações, já então planejando fazer uma produção audiovisual sobre Strindberg e o texto dessa peça. Em meados de 2015, voltei ao material filmado da peça A + Forte e desenvolvi um projeto de documentário intitulado Strindberg e ela. Este projeto foi selecionado no edital de desenvolvimento do programa Viva o Cinema!, da Riofilme e da Prefeitura do Rio de Janeiro. Com o valor do prêmio, ao longo de 2016 desenvolvi um roteiro a partir de entrevistas com atrizes como Helena Ignez, Maria Alice Vergueiro, Imara Reis, Djin Sganzerla, Clara Carvalho, entre outras, além de recuperar conversas de anos anteriores com Carol Pucu e Patrícia Melo, as protagonistas da versão que adaptei e dirigi. Este projeto vem sendo desenvolvido desde então através da Duas Mariola Filmes.

Durante anos exerci o ofício da crítica de cinema e fui colaborador de revistas de cinema: primeiro a Contracampo, em seguida a Cinética e mais tarde a Filme Cultura, editada pelo Ministério da Cultura. Também fui responsável pela organização de alguns livros com ensaios críticos: Cinema brasileiro 1995-2005 – Ensaios sobre uma década; Serras da Desordem, lançado em 2008 com ensaios e entrevista de Andrea Tonacci; e um livro da série Encontros, da editora Azougue, lançado em 2011 com uma seleção de entrevistas de Antonio Carlos Jobim.

Em julho de 2021, a plataforma de streaming Embaúba Play, especializada na produção independente brasileira, incluiu em seu acervo quase todos os filmes que fiz. A notícia foi bastante estimulante, tanto pelo bom destaque dado a eles como pela possibilidade de torná-los acessíveis num único lugar (https://embaubaplay.com/diretor_s/daniel-caetano/).

Em agosto de 2021, a Cinemateca do MAM deu início a uma mostra dedicada à Duas Mariola Filmes, apresentando uma seleção de filmes meus e dos meus sócios Felipe Bragança e Marina Meliande. Conceição, O Mundo de um Filme, Coisas Nossas e Verão em Rildas foram meus filmes selecionados para esta mostra, exibida virtualmente no canal da Cinemateca do MAM no Vimeo.

Como professor do RAE-IHS-UFF, além de estar envolvido com as matérias ligadas à linguagem e produção audiovisual, meu interesse pelo estudo de estética levou-me a assumir também algumas matérias sobre o tema. Por isso, já ministrei aulas de Estética e Cultura, Estética e Cultura de Massas e Arte e Pensamento. Também já fiz oficinas de produção documental e de escrita de dramaturgia. Gosto de buscar uma articulação entre análise estética, pesquisa histórica e reflexão, o que necessariamente me leva a pesquisar bibliografias de diferentes áreas – da filosofia, da psicanálise, da antropologia, da ciência política etc.

Tenho interesse em pesquisar manifestações artísticas (sobretudo obras audiovisuais, teatrais, musicais e literárias) que desafiam a nossa sensibilidade, seja promovendo rupturas históricas ou permanecendo à margem dos modelos hegemônicos. Por esta razão, boa parte do meu trabalho de pesquisa acadêmica se focou nos movimentos de vanguarda cinematográfica que ocorreram no Brasil e na América Latina ao longo do século XX e nos principais nomes relacionados àquele momento histórico.

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